terça-feira, 22 de junho de 2010

Precisamos mesmo acordar ?

Desci correndo uma ladeira de areia estranha aos meus olhos. Nunca havia passado por ali, disso eu sabia. Então, estava em uma àrea completamente diferente. A minha frente, haviam rochas que recebiam fortes ondas marítimas. A minha esquerda, uma pequena àrea de grama alta e pedras. A minha direita havia uma casinha de madeira com as luzes acesas e um carro antigo, que nao consegui identificar o modelo, e atras de mim a ladeira a qual havia acabado de descer.. Ouvindo assim não da para imaginar, mas o lugar era pequeno, fantástico e aconchegante. Tropecei em alguma coisa e caí. Machuquei os dois joelhos, e uma voz familiar falou comigo. Levantei-me rapidamente, e vi aquele rosto inesquecivel. Depois de cinco anos, ele continuava igual. Meus joelhos doíam, mas eu não conseguia prestar atenção em outra coisa. Ele era meu unico desejo, meu unico foco.
- Está tudo bem? - Ele me perguntou com o ar mais cuidadoso de todos, mas eu não consequi responder. Travei completamente ao perceber que ele estava falando comigo. Dei dois passos em direção aquela utopia e tropecei novamente, machucando ainda mais meus joelhos, e desta vez o dorso da mão esquerda.
- Você quer se machucar ? - Ele falou comigo, me envolvendo em seus braços. Agora eu podia sentir sua respiração. Ele me abriu um soriso, e me acolheu;
- Voce sempre vai aparecer quando eu me machucar ? - Respondi, ofegante.
- Sempre... - Eu não precisava de mais nada. Ele era meu remédio, minha droga. Tive a certeza de que o 'pra sempre' existia naquele exato momento.
Então, tudo começou a rodar. Me senti completamente tonta, e ele me colocou dentro do carro.
Não houve conversa. Eu não conseguia falar, so olhar para ele. Reparar em cada centímetro do seu rosto. Naquele pequeno sinal que sempre estivera ali, em seus olhos que quase fechavam quando ele sorria... Ah, como eu queria que o tempo parasse ali, onde estavamos!
O barulho das ondas me vez despertar, e graças a um impulso, abraçá-lo fortemente para que ele nunca fosse embora. Mas havia escurecido. Ficamos no carro a tarde inteira, sem falar nada. E eu precisei ir embora.

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